O que é e quais são os sintomas da doença de Larissa Manoela?

 

 

Quando a endometriose acontece, a dinâmica muda: em vez de serem expelidas — junto com o sangue da menstruação —, essas células migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal.

 No começo desta tarde, a atriz e influenciadora Larissa Manoela veio a público, pelas redes sociais, soltar um desabafo. "Ontem, através de um ultrassom detalhado, eu descobri que além de endometriose eu tenho também ovário policístico. Não é fácil ser mulher", disse ela no Twitter. "O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada. Mas estou certa de que vou encontrar o melhor tratamento pra ambas as doenças!".

As duas doenças, embora muito comuns — pelo menos 10% da população feminina brasileira tem endometriose e cerca de 2 milhões delas possuem a síndrome dos ovários policísticos (SOP), segundo a Anvisa e portal do doutor Drauzio Varella, respectivamente —, ainda são pouco divulgadas e estudadas na saúde.

Há inúmeros relatos de mulheres que são portadoras de ambas as doenças e demoram para receber o resultado, sobretudo porque os sintomas são mal interpretados por profissionais de saúde. As famosas cólicas fortíssimas são vistas como "comuns". Os sintomas da SOP se convertem em "estresse", "sintomas comuns do ciclo menstrual" e a saúde íntima da mulher acaba ficando de lado.

O que é endometriose?

A endometriose nada mais é do que uma alteração biológica inflamatória do endométrio, que fica dentro do útero.

Em um ciclo comum, durante o período menstrual, as células que compõem esse endométrio se acumulam no útero para uma possível fecundação do óvulo, ou seja, uma possível gravidez. Quando o óvulo não é fecundado, no entanto, parte dessas novas "paredes" formadas dentro do útero é expelida na menstruação.

Quando a endometriose acontece, a dinâmica muda: em vez de serem expelidas — junto com o sangue da menstruação —, essas células migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal.

O resultado disso é um espessamento da região, o que causa um quadro intenso de dor e, em casos bem mais graves, pode gerar esterilidade e se faz necessária uma cirurgia para retirar esse excesso.

"As causas ainda não estão bem estabelecidas. Uma das hipóteses é que parte do sangue reflua através das tubas uterinas durante a menstruação e se deposite em outros órgãos. Outra hipótese é que a causa seja genética e esteja relacionada com possíveis deficiências do sistema imunológico", afirma Drauzio Varella em seu blog oficial.

Para detectá-la, é necessário que a paciente faça alguns exames de imagem, como ultrassons e ressonâncias magnéticas.

O que é a síndrome dos ovários policísticos (SOP)?

A SOP, por outro lado, é uma condição um pouco mais complexa, porque envolve diretamente a formação de cistos no ovário, o que prejudica seu pleno funcionamento.

O que acontece, na prática, é que os hormônios produzidos pelos ovários (estradiol, progesterona e testosterona) ficam desregulados. "A síndrome acomete principalmente mulheres entre 30 e 40 anos, e o diagnóstico tornou-se mais preciso com a popularização do exame de ultrassom", acrescenta Varella em seu blog oficial.

Diferente da endometriose, os primeiros sintomas da SOP estão mais relacionados, na maior parte dos casos, a mudanças físicas causadas pela alteração hormonal. Em casos extremos, há dor aguda nos ovários e, a depender do tamanho dos cistos, em casos muito graves, é necessária uma cirurgia para removê-los — o que gera infertilidade.

Quais são os sintomas da endometriose?

Os sintomas mais comuns da endometriose são cólicas fortes e incapacitantes, dor durante as relações sexuais e sangramento intestinais e urinários ao longo do ciclo menstrual.

Quais são os sintomas da síndrome dos ovários policísticos?

A SOP normalmente causa alterações no ciclo menstrual, aumento de pelos no rosto, seios e abdômen, acne, obesidade, queda de cabelo e até mesmo episódios mais depressivos.

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