"Inflação está se estabilizando no país" diz Presidente do Banco Central (BC)




O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (15) que a inflação no Brasil parece estar se estabilizando. De acordo com ele, a taxa inflacionária ainda segue bastante elevada, principalmente devido aos serviços.

“A gente vê preços administrados caindo, um pouco pelas medidas. Mas serviços ainda está subindo. Parece que está estabilizando um pouco. Serviços é superimportante para a dinâmica da inflação”, disse Campos Neto.

Ele afirmou que a redução do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica ajudou a desacelerar a inflação em julho. Em resumo, a redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) fez o país registrar uma deflação de 0,68% no mês passado. Contudo, essa queda atingiu apenas uma parte dos itens.

Inflação elevada é reflexo do cenário internacional
O presidente do BC também afirmou que a inflação elevada no Brasil é um reflexo do cenário internacional. No entanto, ele admitiu que alguns fatores internos ajudaram a pressionar ainda mais os preços de bens e serviços no país.

“A gente entendeu que essa inflação mundial ia contaminar o Brasil. A gente teve algumas que foram particulares do Brasil, como a crise hídrica e alguns processos inflacionários de alimentos que foram intensos no Brasil, que conseguiram agravar a parte de alimentos”, explicou Campos Neto.

Além disso, o presidente do BC disse que o aumento da demanda acabou impulsionando os preços no país. “Quando a gente achava que o gargalo estava acontecendo por oferta, a gente viu que não, estava acontecendo por demanda”, disse.

A saber, a inflação global vem sendo bastante pressionada pelos gargalos na cadeia de suprimentos. Isso quer dizer que os países não estão conseguindo manter a oferta tão elevada quanto a procura, e isso encarece os produtos. Entretanto, Campos Neto disse que as cadeias de produção já estão se ajustando a esse novo cenário.

Por fim, o presidente do BC afirmou que, para 2023, será necessário avaliar o cenário de perto. Em suma, os impactos da Emenda Constitucional nº 123, que permitiu ao governo gastar R$ 41,2 bilhões além do teto de gastos neste ano, irão atingir fortemente o Brasil no ano que vem. E a inflação deverá subir ainda mais no país.

“Existe uma preocupação com o fiscal do ano que vem, pela continuidade das medidas que foram anunciadas recentes, como isso vai se encaixar”, finalizou.

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