Segundo a PSafe, empresa de cibersegurança, o Brasil registrou aumento de 350% no número de tentativas de golpe com o Pix entre abril e maio deste ano na comparação com os dois meses anteriores (fevereiro e março).
Ainda que exista a garantia de que as transações financeiras via Pix são seguras, o volume de golpes que se valem da facilidade do meio de pagamento já está perto da marca dos R$ 1,8 bilhões, em 2022.
O valor é certamente subestimado, uma vez que nem todos os golpes são reportados aos bancos pelos clientes, mas deve se manter crescente, segundo estimativa do Banco Central (BC), que monitora as fraudes financeiras do Pix.
As tentativas de roubo digital começam do furto de senhas por meio do phishing, quando se utiliza links ou sites falsos, ou mensagens em WhatsApp que servem como isca para invadir o celular ou computador.
Até a chamada "engenharia social", onde a busca é por enganar a vítima via contato pessoal, para então conseguir informações críticas que permitam falsear uma identidade para as instituições financeiras.
Para fica longe dessas investidas, confira abaixo uma lista de recomendações de especialistas em segurança cibernética:
Tipos de golpe do Pix mais comuns:
1. Roubo de WhatsApp
Esse golpe é o mais amplamente usado. Ele serve como janela para uma série de outros crimes com os dados da vítima.
Criminosos transferem o número de celular da vítima e instalam o WhatsApp em outro aparelho, ou usam a foto e o nome de alguém em uma nova linha de telefone. Fingindo ser aquela pessoa, os bandidos pedem dinheiro para contatos próximos.
A medida mais simples para evitar que o Whatsapp seja clonado é habilitar, no aplicativo, a opção “Verificação em duas etapas”: Configurações > Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas.
Para quem for abordado por um conhecido via Whatsapp pedindo dinheiro por transferências Pix, entre em contato diretamente com a pessoa através de uma ligação, se possível, para verificar a veracidade do pedido e evitar cair no golpe.
2. Código ou QR Code falso
Quando o Pix é usado para o pagamento de uma conta ou compra, é comum que, em vez da chave do recebedor, a transação seja feita por meio de um código numérico ou de um QR Code.
Ao inserir esse código no aplicativo do banco ou ao ler o QR Code com o celular, é importante que o cliente observe com atenção os dados do destinatário do dinheiro, para saber se o recebedor é a pessoa certa.
Esse golpe é bastante similar ao antigo golpe do boleto, em que bandidos "clonavam" um boleto verdadeiro e inseriam os dados de outra conta para o recebimento do dinheiro.
3. Comprovante falso
Se você precisa receber dinheiro de um desconhecido pelo Pix, é importante ter cuidado com os comprovantes de transferências falsos. Criminosos forjam comprovantes de operações para simular o envio do dinheiro para a conta das vítimas.
Esse golpe é bastante comum em vendas feitas pela internet, por exemplo. O criminoso finge que fez o pagamento e leva embora o produto comprado.
Aqui vale lembrar um dos aspectos mais importantes do Pix: as transações são instantâneas. Se você recebeu o comprovante, mas o dinheiro não caiu na conta, desconfie. Talvez a transação nunca aconteceu.
Como não cair no golpe do Pix
Para todos os casos, a recomendação mais importante é ter cuidado com as informações recebidas e solicitadas. Veja abaixo algumas dicas para fugir das fraudes com o Pix:
Desconfie de informações recebidas por e-mail e números desconhecidos. Bancos não entram em contato com clientes por telefone ou e-mail para pedir qualquer tipo de dado ou informação.
- Realize suas transações com o Pix dentro do aplicativo ou internet banking do seu banco.
- Se receber um link de pagamento, verifique se a plataforma utilizada é uma instituição de pagamento autorizada e confiável.
- Observe com atenção os dados de quem vai receber o pagamento ou depósito, para evitar erros de digitação ou fraudes.
- Não forneça sua chave ou identificação em sites duvidosos.
- Fique atento aos códigos e comprovantes de pagamento enviados por desconhecidos.
O que fazer ao cair em um golpe do Pix
Boa parte das fraudes acontece por desatenção do cliente, e não necessariamente por causa de falhas de segurança dos bancos.
Logo, se o caso for descuido, como o fornecimento de dados em canais que não sejam os da própria instituição financeira, é comum que não haja ressarcimento do prejuízo mesmo que o cliente tenha como provar que foi enganado.
Por causa disso, alguns bancos têm oferecido seguros que cobrem danos relacionados ao Pix. Os planos variam de R$ 1 a R$ 20 por mês e dependem da relação do cliente com a instituição.
O mecanismo, apesar de benéfico, sinaliza que faltam recursos para o consumidor se proteger fora o bom e velho cuidar de si mesmo ao realizar transações financeiras.
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