Salário mínimo ideal deveria ser de R$ 5.997,14, aponta pesquisa do Dieese

 

O valor de R$ 5.997,14 leva em conta o preço da cesta básica mais cara do país, que em janeiro foi a de São Paulo, ao custo de R$ 713,86.


O salário mínimo ideal deveria ter sido de R$ 5.997,14 em janeiro, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada nesta segunda-feira (7) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

O valor corresponde a 4,95 vezes o piso nacional vigente, que subiu para R$ 1.212 em 2022, o que representou mais um ano sem ganho real.


O cálculo do Dieese considera o mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador com uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.


O valor de R$ 5.997,14 leva em conta o preço da cesta básica mais cara do país, que em janeiro foi a de São Paulo, ao custo de R$ 713,86.


Em dezembro, quando o piso nacional do salário mínimo ainda estava em R$ 1.100, o Dieese calculou que o mínimo ideal deveria ter sido de R$ 5.800,98.


"O trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em janeiro de 2022, mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, mesmo com o reajuste de 10,18% dado ao salário mínimo", destacou o Dieese.



Preço da cesta básica sobe em 16 de 17 capitais em janeiro

De acordo com a pesquisa do Dieese, o valor da cesta básica subiu 16 das 17 capitais onde a pesquisa é feita mensalmente pela entidade.

As maiores altas ocorreram em Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).


São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou a cesta básica mais cara (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59), Rio de Janeiro (R$ 692,83), Vitória (R$ 677,54) e Porto Alegre (R$ 673,00).


Em 12 meses, as maiores altas acumuladas foram verificadas em em Natal (21,25%), Recife (14,52%), João Pessoa (14,15%) e Campo Grande (14,08%). Já as menores variações no comparativo anual ocorreram em Florianópolis (6,79%) e Belo Horizonte (6,85%).


Entre os itens que ficaram mais caros em janeiro e mais pesaram o valor da cesta básica, destaque para café em pó, açúcar, óleo de soja, batata e tomate.


Em São Paulo, por exemplo, 10 produtos tiveram alta de preço na passagem de dezembro para janeiro: café em pó (17,91%), banana (15,96%), batata (7,52%), tomate (7,11%), pão francês (1,96%), óleo de soja (1,87%), farinha de trigo (1,39%), carne bovina de primeira (0,36%), manteiga (0,35%) e açúcar refinado (0,24%).


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