Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto falou nesta segunda-feira (16), em coletiva sobre o lançamento do Pix. Além de explicar as perspectivas e planos para o novo sistema de pagamentos instantâneos, Campos Neto tratou de outro assunto relevante: o real digital. E, segundo ele, o projeto poderá acabar com o dinheiro físico no país.
“O projeto de uma CBDC para o Brasil combina com várias iniciativas de inovação, como o aperfeiçoamento do câmbio, o Pix, o open banking. Nessa histeria de inovação, nós também já iniciamos o estudo para emissão de uma moeda digital”, declarou.
Campos Neto também deu mais detalhes sobre a versão brasileira de uma CBDC — sigla para “Central Banks Digital Currencies”, que são as moedas digitais emitidas por bancos centrais. Segundo o presidente do BC, a ideia é substituir o dinheiro físico pelo digital: “É uma moeda digital só para pagamentos de câmbio? Não. É uma moeda digital que nós entendemos que vai se estender e que vai, aos poucos, substituir a moeda física“, disse.
Na coletiva, Campo Neto também fez questão de ressaltar que a digitalização total da moeda brasileira não será algo rápido, de uma hora para outra: “Nós estamos avançando nesse caminho de ter uma moeda digital, ter um processo mais digital, mas isso não significa que vai substituir a moeda fisica totalmente em um primeiro momento, e isso também não quer dizer que o intuito é fazer moeda só para câmbio ou só para um produto. Não. O intutito é ter uma moeda digital como um todo. É ter o real digitalizado”, afirmou.
Para o presidente do BC, a emissão de uma CBDC brasileira visa atender novas demandas de uma economia já caminhando à passos largos para a digitialização: “A gente vê uma demanda que existe hoje, através da criação de várias moedas, de várias formas de pagamento, por um sistema que seja mais digitalizado então nos entendemos que devemos também caminhar neste sentido”, finalizou.
Esta é a primeira vez que Campos Neto fala sobre os objetivos da criação do “real digital”. No início do mês, citou a CBDC brasileira como uma possibilidade e disse que tinha “mais perguntas do que respostas”. Com as declarações desta segunda-feira, indica que o projeto — que tem um grupo de estudos dedicado no BC — está realmente avançando.
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